quarta-feira, 18 de maio de 2011

Carta Aberta - Parte 1


 
Excelentíssimos Senhores


Presidente da Comissão Europeia
José Manuel Barroso

Ministra da Educação
Isabel Alçada

Meios de Comunicação Social
RTP – SIC – TVI

Excelências,

Venho protestar relativamente ao programa “Novas Oportunidades” a que assisti anteontem, Segunda-feira, dia 16 de Maio de 2011, à noite, cerca das 21 horas, na RTP. O meu protesto incide na parte que se relaciona com o tema na entrada para a Universidade para Maiores de 23 anos. Foi um ultraje às Certificações e tudo quanto foi dito a este propósito. Lá apareceu o inenarrável Dr. Passos Coelho e o Dr. Paulo Portas que atingiu o nível da charlatanice quando se propôs falar acerca da nova reformulação de Certificação de Competências, assim como, Exames Nacionais mais intensivos para os "Maiores de 23 anos". Já disse anteriormente, ao Dr. José Manuel Barroso e ao Dr. José Sócrates, que o PSD e o CDS representam, na "Educação e Formação de Adultos (EFA) " e nas “Novas Oportunidades (RVCC)” uma descriminação ao levar acabo mais exames para a entrada na Universidade. Este é um tema que merece muito consenso – o mesmo papel serve para o Ensino Regular.
Pois estes ditos senhores demonstraram uma vasta incompetência sobre este tipo de assunto no que respeita ao Ensino. Podem ser grandes conhecedores das suas especialidades, mas nesta matéria, em que se propuseram falar, não demonstraram competências para o efeito. O PS, o Bloco de Esquerda e os outros partidos, assim como, todos os meios de comunicação social tem o dever de falar a verdade para os seus telespectadores. Mas isso está muito longe de acontecer quando se trata de “Certificações” e “Diplomas” e "Exames para Maiores de 23 anos". 
Estou plenamente de acordo com vocês, que só devem fazer este tipo de Ensino quem tiver capacidades para o fazer, assim o Ensino tornar-se-á de boa qualidade e quantidade, até aí tudo bem, quanto ao resto, não estou de acordo.
Quando convidam o PSD e CDS e outros partidos equivalentes, para os ditos “debates televisivos”, estes têm um discurso alarmista e completamente distorcido.
Devo dizer, que as instâncias europeias, a OCDE e a UNESCO valorizam e elogiam o trabalho nos CNOs. Até as estratégias 2020, defendem o reconhecimento de adquiridos experienciais.
Portugal apresenta igualmente um progresso notável no que respeita à conclusão do ensino secundário. A percentagem de jovens dos 20 aos 35 anos que completou o ensino secundário subiu 15 pontos nos últimos 10 anos.
Agora pergunto:
Quando é que resolve a RTP promover um debate com representantes de opiniões divergentes sobre “Novas Oportunidades”, “Cursos EFA”, “Exames Nacionais”?
Tal como tem acontecido até hoje, a RTP, a SIC e a TVI prestam pouco serviço não só ao público em geral nesta temática, assim como, todos os outros meios de comunicação em particular.

Com o meu devido respeito.

Barreiro, 2011-05-18


4 comentários:

  1. Boa tarde,
    Jamais poderei concordar que haja pessoas que façam o 12º ano em poucos meses em quanto outros o fazem durante três anos de estudos. Também o ingresso à universidade é do mesmo modo injusto, quando comparado entre quem tem que se submeter a um exame nacional contra uma prova feita a muitos que nem frequentaram nenhuma aula do ensino secundário.
    Aumentar a taxa de ensino,comprometendo a real formação académica do país é realmente frustrante em meu ver, uma maneira de esconder o verdadeiro problema. Se querem realmente aumentar os próprios estudos, percam tempo, estudem e façam-no pelo modo de aulas "normais", ficando assim com uma melhor preparação para a vida universitária.

    ResponderEliminar
  2. Boa tarde caro anónimo indignado com este processo “Novas Oportunidades”.
    Dedo dizer, em primeiro lugar, que o meu processo não durou meses e sim, um ano.
    Em segundo lugar, eu andei a estudar no ensino secundário regular, mas não tive oportunidade de acabar o 12º ano derivado a vários factores pessoais e profissionais.
    Em terceiro lugar, frequentei várias acções de formação, por incentivo próprio, antes de entrar para as “Novas Oportunidades” e, das quais, a matéria abordada foi para melhorar as minhas competências profissionais e pessoais.
    Já durante o processo “Novas Oportunidades”, tive que demonstrar por escrito e oral algumas competências e experiências profissionais e dos cursos que andei a tirar.
    Devo salientar, que o meu portefólio, quase se comparou com uma licenciatura.
    Claro que foram corrigidos alguns dos textos com as ajudas dos formadores, pois há certas temáticas que serve para um formador e, para o outro, já não serve.
    Os meus textos pessoais, profissionais e alguns artigos científicos como a Física, Química, Linux, Programação em C++ entre outros, por exemplo, foram trabalhados com opiniões minhas baseadas em factos e argumentos que adquiri previamente em leituras e em conhecimentos formais e informais, até mesmo, em experiências próprias.
    Sei perfeitamente, que há processos a durarem poucos meses, não sei como isto foi possível.
    Como pode ver, o Referencial de Competências Chave do 12º Ano, o processo em si é mesmo muito moroso. O verdadeiro portefólio do 12º Ano dura pelo menos entre 9 meses até ano e meio e não acaba!
    Manifestei aqui minha surpresa, como é que alguns demoram 4 a 6 meses e eu demorei um ano! Fora as aulas que tive no 10º Ano e 11º Ano em anos anteriores e os cursos que andei a tirar à parte, sem ser nas “Novas Oportunidades”.
    Acho absurdo, que em muitos destes trabalhos é facilitado por ajudas de familiares.
    Eu, por exemplo, não tive quaisquer ajudas e tudo o que fiz, foi puxado por minha cabeça.
    Inclusive, tive que ir várias vezes a bibliotecas, estudar e relembrar alguns conteúdos de Física, Química, Matemática e afins. Pois estas temáticas são do 11º Ano e 12º Ano pedidas em alguns dos núcleos geradores do referencial chave, não é só experiência profissional.
    Este processo é igual ao processo de Bolonha, funciona por créditos; se você não tiver o domínio completo de física, como o meu caso, não lhe é validado o tal crédito.
    Eu, por exemplo, demonstrei que sabia a temática força e movimentos num conceito geral, mas na altura, não tinha o domínio completo, então este crédito não me foi validado; está a ver ou não?
    Só mais tarde é que tive esse domínio, embora já fosse fora do processo.
    Devo dizer, que não há portefólios iguais, no meu caso, o portefólio foi passado com mérito, enquanto outros, são mesmo à rasca (-_-) e, a maior parte destes, os formadores fecham os olhos e deixam passar.
    Como pode constatar, estou de acordo consigo, que se deve fazer os tais exames, desde que não sejam muito exaustivos.

    ResponderEliminar
  3. Boa noite,
    Penso que muitas das críticas às Novas Oportunidades, se devem ao facto de haver muita gente que ainda não entendeu muito bem do que se trata.
    Os processos RVCC, na sua essência, destinam-se a validar e certificar os conhecimentos adquiridos ao longo do percurso pessoal e profissional dos adultos. Ninguém porá em dúvida que existem ou existiram muitas pessoas que, com poucos anos de estudo, ou até com apenas a 4ª classe, que não podendo frequentar as escolas, adquiriram conhecimentos a vários níveis ao longo da vida, que superam em muito as aprendizagens teóricas conseguidas pelos alunos “tradicionais” durante o percurso escolar.
    Claro que depois, durante os processos, os adultos complementam os seus conhecimentos com mais alguns, sobretudo na área das TIC, mas o direito ao diploma, está alicerçado nas aprendizagens alcançadas na Escola da Vida.
    Claro que depois se há facilidades concedidas a alguns, com a consequente adulteração dos processos, isso já é outra história, que nada tem a ver com a justa atribuição dos diplomas a quem os provou merecer.
    Eu sou um dos que adquiriram os diplomas do 9º e 12º anos através dos processos RVCC, dos quais sinto muito orgulho, e que me foram atribuídos com toda a justiça, pois dei provas de possuir os conhecimentos exigidos.
    Os meus cumprimentos.
    José Alexandre

    ResponderEliminar