Eu, como homem sou um ser produtor de discursos e, entre estes, de discursos sobre o conhecimento do real. Partindo da minha experiência natural em que se entrelaçam múltiplos elementos, pensados e impensados, eu procedo a uma reflexão para clarificar essa minha experiência natural. Este trabalho de reflexão leva à distinção dos vários elementos – sensoriais, afectivos, racionais, linguísticos, sociais … que combinados constituem a minha experiência natural como um todo.
A experiência que vou adquirindo resulta do meu contacto com o mundo, das minhas “conversas” com o mundo. Desse diálogo com a realidade circundante, eu, como ser humano vou “extraindo” conhecimentos que se vão, progressivamente, integrando nessa mesma experiência natural. Significa isto que a minha experiência gera conhecimentos e que os meus conhecimentos são também experiências.
Como os vários elementos das minhas experiências estão misturados e dado que a minha relação directa e imediata com o mundo se faz através dos sentidos, há uma tendência para eu considerar que os meus conhecimentos imediatos são equivalentes a conhecimento sensorial.
Será assim?
Haverá um conhecimento puramente sensorial?
Sendo assim, posso concluir que a minha experiência natural é a da percepção e que nesta intervêm vários factores: os dados sensoriais, elementos psíquicos, linguísticos e sociais.
Por outras palavras, a minha percepção “é um processo bipolar que depende, em parte, das características dos estímulos que activam os órgãos dos sentidos e, em parte, das características que eu percepciono”.
Os meus “filtros” com que organizo as estimulações, provenientes do mundo exterior, fazem com que as minhas estimulações sejam estruturadas ou organizadas numa totalidade.
Termino então que:
A percepção é um acto cognoscitivo muito complexo.
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